segunda-feira, 14 de julho de 2014

O FOGO DO INFERNO

Dona Antônia já havia passado dos noventa anos e dava por cumprida a sua missão aqui na Terra. Filhos criados, netos e até bisnetos já encaminhados, a vida começou a passar devagarinho à frente de sua vista miúda. Foi vindo uma canseira, uma preguiça imensa em ter que esticar os dias cada vez mais longos. Decidiu que era hora de abrir vaga para os mais novos e passar desta para a melhor.

 Mas ao invés de encontrar paz e descanso na perspectiva do eterno repouso, o que brotou foi o medo terrível de uma ameaça que a acompanhava desde a longínqua infância: O FOGO DO INFERNO!
 Era como se todos os sermões do Monsenhor Prado, mais as ameaças de dona Íris, no catecismo, tivessem saído da neblina do tempo e viessem assombrar como fantasmas à pobre dona Antônia. O pior é que a velhice, se limita braços, pernas, olhos e ouvidos, fechando portas para a realidade do aqui e do agora, deixa solta e até alimenta mais a imaginação. A quem não pode mais correr, ver, ouvir e até falar, resta o lembrar e o imaginar...

E nas lembranças e na imaginação de dona Antônia vieram todos os pecados (ou o que ela classificava como tal) de sua longa vida. Ao lado de cenas e personagens do passado surgiam o remorso e o medo, avivados pelo fogo do inferno. Não havia escapatória, dona Antônia estava frita, e o que é pior, por toda a eternidade!

Quem primeiro percebeu o drama foi Maria, a empregada, que era quem tinha mais paciência de ouvir os queixumes de dona Antônia. A parentada, ao saber da história, primeiro achou graça. Só mesmo caduquice, onde já se viu, a dona Tininha no inferno? Vai converter o capeta! Mas logo viram que o caso era sério. Dona Antônia sofria e se agoniava com o medo que a devorava.

Tio Haroldo era médico, o único dos filhos que se formara, e foi chamado para resolver a questão. Do alto do seu diploma diagnosticou:
 “Bobagem mamãe, inferno é aqui mesmo, este seu medo é besteira...”
 “ Vade retro, Satanás, não venha me enrolar que ainda não cheguei em sua casa!”, gritou dona Antônia, escondendo-se sob o cobertor depois de expulsar o Tio Haroldo como se fosse o próprio demo.

Carolina, uma das netas, estudante de Comunicação, tentou explicar que o inferno era uma invenção das padres para manter os fiéis sob controle. Levou uma bengalada na testa.

Em dona Antônia o medo estava agora misturado com a raiva, o que já era um outro pecado a carimbar seu passaporte para as profundas. A casa virou um inferno. Ninguém mais vivia em paz e dona Antônia não morria em paz...

Esgotadas todas as tentativas domésticas, resolveram apelar para a Santa Madre Igreja. Chamaram o Padre Candinho, santo homem, para abrir à dona Antônia as portas do Paraíso. Ele veio munido de sermão, benção, água benta, confissão, unção, Eucaristia e todo o arsenal capaz de garantir uma vaga à direita de Deus Pai.

Dona Antônia agarrou-se àquela tábua de salvação. Passou a vida a limpo. Lavou e enxaguou a alma no ouvido de Pe. Candinho. Confissão de mais de duas horas, pois além da dificuldade de se fazer entender, depois de aposentada a  dentadura, eram noventa anos de pecados a apurar...

No finalzinho, quando Pe. Candinho já engatilhava a absolvição plenária que apagaria o fogo do inferno, dona Antônia arregalou os olhos apavorada e disse:

 “ Tô perdida! Tem um pecado que Deus não perdoa. Li na Bíblia. Pecado contra o Espírito Santo não tem perdão. Não tenho salvação...”
 E dona Antônia foi buscar lá na sua meninice de 6 anos a lembrança de uma travessura que custara a vida de uma pobre pombinha. Tininha, levada, resolveu brincar com a ave como se fosse uma peteca... a coitada virou paçoca. Dona Eulália ralhou e prescreveu castigo. “Onde já se viu tamanha maldade com o bichinho? Quando morrer, Deus castiga!”

 QUANDO MORRER, DEUS CASTIGA...

A frase ficou gravada nos labirintos da memória como uma maldição e voltava agora, condenação última, definitiva e sem perdão. Dona Antônia matara um parente do Espirito Santo e estava inapelavelmente FRITA!

A paciência do Pe. Candinho já estava derramando pelas beiradas. Num último esforço, ele reuniu todos os argumentos teológicos acumulados em anos de seminário e paróquias, nas milhares de aulas de religião e sermões do seu longo sacerdócio, para explicar à dona Antônia que Deus não é um carrasco vingativo, nem trabalha na polícia. Que Ele é um Pai amoroso que perdoa e acolhe a todos os seus filhos, mesmo os mais pecadores, que afinal somos todos nós. E além do mais, acrescentou o Pe. Candinho, vermelho como um pimentão, O ESPIRITO SANTO NÃO É UMA POMBA!!!

 Tudo inútil. Dona Antônia  entregava-se aterrorizada à maldição que a acompanhara por toda vida: O FOGO DO INFERNO A ESPERAVA!
 Pe. Candinho já ia desistindo quando uma idéia iluminou-lhe o rosto.

Correu na Bíblia e localizou o trecho que procurava.
 “ Dona Antônia, a senhora está salva!”
 “Salva o que, Pe. Candinho, eu tô é fudida” disse dona Antônia, já apelando para a ignorância e, em nome da caduquice, falando um palavrão, coisa que nunca fizera em toda a sua vida, ainda mais na frente de um padre, o que, agora, condenada como estava, não ia alterar muito a temperatura das fornalhas infernais que a aguardavam.

 “Não, dona Antônia, tá aqui na Bíblia, Mateus capítulo 24, versículo 51, aqui diz que no inferno tem choro e ranger de dentes... a senhora não tem dentes, dona Antônia, não vai poder ficar no inferno!!!”
 Dona Antônia aprumou-se na cama e com os olhinhos miúdos tentava ler o trecho que Pe. Candinho apontava com o dedo. Com muito custo soletrou o versículo salvador.

 Dona Antônia não teve dúvida. Reuniu a parentada, despediu-se de todos, fez as recomendações de praxe e acrescentou uma, especialíssima:

 NÃO ME ENTERREM DE DENTADURA!!!
 Aí, deitou-se de novo, virou pro canto, deu um suspiro profundo, sorriu, morreu e foi pro céu...

MACHADO, Eduardo. Sobre todas as coisas. 2ª ed. Belo Horizonte: Lastro Editora Ltda, 2008. p.61-64

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Assim era o nosso Silvério...




No dia 21 de junho passado, partiu para o Reino definitivo o nosso irmão Silvério. Alcançou a morada celeste servindo aqui em baixo à sua igreja e aos que tiveram o privilégio da sua presença. O movimento de cursilhos contribuiu, decisivamente, para que ele se tornasse um autêntico apóstolo dos nossos tempos.

Como o nosso patrono São Paulo, também combateu o bom combate, completou a corrida e guardou a fé.


Foi igreja no coração do mundo e mundo no coração da igreja. Onde Deus o colocou, ele se floriu,  produziu frutos em abundância, cem por um.

Na família, no seu ambiente profissional tornou-se sinal, sacramento, referência de Deus para os que o rodeavam. Extrovertido, procurando viver a ventura da graça, cada dia da sua vida, animou, soergueu, levantou muitos através da alegria contagiante que o seu rosto e gestos revelavam a todos. Na sua comunidade paroquial, como ministro extraordinário da eucaristia, do batismo, na preparação dos pais e padrinhos para o sacramento do batismo, nos encontros de iniciação cristã colocou com amor e disponibilidade seus talentos à construção do Reino. Ele se situava entre os primeiros da caminhada do movimento. Participou do cursilho em julho de 1971, na diocese de Teófilo Otoni. O compromisso assumido de que Cristo poderia contar com ele, perdurou até o final. Se buscarmos, se recorrermos aos quadrantes dos cursilhos masculinos realizados aqui verificaremos que ele colaborou em muitos. Poucos são os que o alcançam. Quando era convocado, se preparava convenientemente. Na manhã da quinta-feira, já estava na casa. Quando os demais se apresentavam no horário determinado, encontravam a sala de mensagens e outras dependências preparadas.

Durante muitos anos foi, sozinho, uma equipe de apoio. Um dos instrumentos mais eficazes, recomendados pelo cursilho para perseverarmos na missão assumida é a reunião de grupo semanal. Ele a observava fielmente. Quarenta e três anos de freqüência, de presença.

Sete anos no grupo São João Bosco, trinta e seis no grupo São João Vianey. Sentia-se feliz com o momento. Animava, incentivava, ajudava aos companheiros a ir em frente, avante. Amou o seu grupo, os seus irmãos de caminhada.

Não esqueceremos o Silvério e o recordaremos sempre, com saudades, trabalhando no cursilho.

O último a deitar-se e o primeiro a levantar-se, para verificar, conferir se tudo estava organizado para a jornada do dia. Era incansável.

Os valores do Reino,  abraçados em Teófilo Otoni, em julho de 1971, ele os tornou pérolas preciosas e as ofertou generosamente à igreja e ao Movimento dos Cursilhos da Diocese de Divinópolis.

Assim era o nosso Silvério.

Amém!

Rafael Fernandes
Divinópolis


sábado, 28 de junho de 2014

São Pedro e São Paulo - Pilares de Nossa Igreja


Todos nós cursilhistas sabemos da importância de São Paulo (nosso patrono) no processo de evangelização. Tanto que a Escola de Formação do Movimento de Cursilho de Cristandade de Diocese de Divinópolis propôs o estudo da vida deste santo através de suas cartas durante o ano de 2014.

No dia 29 de Junho a igreja celebra o dia de São Paulo e São Pedro e também “o dia do Papa”. A solenidade é para nos lembrar do martírio destes dois santos, ocorrido em Roma após a perseguição de Nero.

Além desta data os santos são lembrados também no dia 25 de Janeiro (Conversão de Paulo), 22 de Fevereiro com a festa da cátedra de São Pedro e em 18 de Novembro, que é reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

Simão, depois chamado Pedro, conviveu com Jesus e recebeu d’Ele mesmo a missão de cuidar de seu rebanho. No principio era fraco na fé, mas se tornou um grande pregador do Evangelho, líder das primeiras comunidades e nosso primeiro papa.

Saulo era fariseu e foi grande perseguidor de cristãos. Converteu-se à fé cristã a caminho de Damasco e foi chamado pelo próprio ressuscitado para exercer seu apostolado.

Neste último Domingo do mês de Junho a igreja nos convida a rezar pelo nosso Papa Francisco, lembrando-nos que ele mesmo sempre nos pede orações, como quando esteve no Brasil. O convite também é para que as comunidades renovem a consciência de comunhão com ele, sucessor de Pedro.

Que a festa destes dois mártires nos relembre nosso compromisso de cristãos comprometidos com o projeto de Deus.
           
SÃO PEDRO E SÃO PAULO, ROGAI POR NÓS!!!


Izildina Ferreira
Divinópolis

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Corpus Christi


 

A igreja vive da Eucaristia!


Este é um dos fundamentos da Festa de “Corpus Christi” que em latim quer dizer “Corpo de Cristo”. Nesta data, celebra-se solenemente o mistério da Eucaristia - o sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. É comemorada sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos. No Brasil, a festa passou a ser oficial em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.



"As ruas enfeitadas
Muita gente em profissão, 
Em janelas, calçadas...
Vendo Jesus passar.
Para agradecer e pedir proteção
E com ele caminhar.

É um sentimento profundo
Um pedido feito
Uma lágrima de emoção caída.
Entre ornamentos 
Num belo corredor
Jesus passa lentamente.
Uma genuflexão
Graças pedidas
Outras oferecidas
E assim, Jesus caminha
Com seu corpo, sangue, alma
E divindade na Eucaristia 

Pessoas em oração
Cantando, rezando
Ou simplesmente caminhando 
Seguindo em procissão. 

Como é bom acreditar
Que existe um Deus tão próximo
Que caminha conosco.
Que se faz atualizado no pão é vinho
Fazendo se presente
Tão próximo da gente." 

Ataíde Lemos

domingo, 25 de maio de 2014

Evangelizar é preciso...


        O Cursilho é hoje umas das pontes mais belas que nos liga a Deus! Pelo poder do Espírito Santo que vem nos iluminar, buscamos formas de evangelizar, onde algo nos faz crescer, alguma nos impulsiona a vivenciar e a respirar o que São Paulo inspirou.

            As sementes foram plantadas em chão quente, e na segunda quinzena de Janeiro de 2014, iniciamos o Pré-cursilho do Grupo Nossa Senhora das Graças na comunidade da Prata de Cima, pertencente a cidade de São Gonçalo do Pará. Fazemos os encontros todos os sábados as 18h no salão paroquial (ao lado da Igreja do Sagrado Coração de Jesus) e já realizamos nosso primeiro evento, ocorrido no dia 27 de abril, que foi o festival de sorvete. Onde obtivemos um bom resultado financeiro em prol do grupo.


            Entretanto, “Eis a porta e bato...”, a mesma força que o Espírito nos impulsiona, deveríamos imitá-lo e jogar as redes em águas mais profundas! Evangelizar é preciso.

Flávio Clementino
Grupo de Cursilho Jovem Nossa Senhora das Graças
Comunidade da Prata de Cima - São Gonçalo do Pará

-

terça-feira, 6 de maio de 2014

A RESPONSABILIDADE É SUA

Se VOCÊ não quiser ser bom, não culpe os outros por isso!
A responsabilidade é sua.
Se VOCÊ não se esforça por um mundo melhor, não culpe a humanidade toda pelos seus próprios fracassos.
Pois, eu lhe digo, novamente: a responsabilidade é sua!
Se VOCÊ é daqueles que se acomodam, não fique incomodado com os poucos que se preocupam com uma melhor sorte para a Comunidade. Pois, se a ação de uns poucos perturba sua pseudo-tranquilidade, fuja um pouco do seu “pequeno mundo”, se “desinstale” e não reze apenas!
Afinal, a responsabilidade é sua, não só no que concerne à sua própria felicidade pessoal, como também para que esta se espraie, atingindo a todos.
Se a consciência, amanhã, o acusar, por ter-se esquecido da advertência de hoje, não culpe a outrem por não tê-lo avisado. O PROBLEMA É SEU!
Se VOCÊ não tem mais em quem se apoiar SEGURE NAS MÃOS DE DEUS!
Para chegar até ELE, segure antes, nas mãos do próximo!
Se VOCÊ quer viver, a partir de agora, por antecipação, o céu na terra, some-se aos que cultivam os ideais mais puros!
E, pode estar certo, o mundo novo, baseado na fraternidade, será apressado, em sua construção, pois, todos juntos, passaremos a entender que:
A RESPONSABILIDADE É NOSSA!!!
Transcrito da Revista Alavanca nº 106

Texto enviado pela nossa querida Dra. Elisa



domingo, 20 de abril de 2014

Pecados Públicos

Padre Fábio de Melo


Não reclamo. Apenas constato. Tem ficado cada vez mais difícil a gente se reconciliar com os erros cometidos. O motivo é simples. A vida privada acabou. O acontecimento particular passa a pertencer a todos. A internet é um recurso para que isso aconteça. Os poucos minutos noticiados não cairão no esquecimento. Há um modo de fazê-los perdurarem. Quem não viu poderá ver. Repetidas vezes. É só procurar o caminho, digitar uma palavra para a busca.


Tudo tem sido assim. A socialização da notícia é um fato novo, interessantíssimo. Possibilita a informação aos que não estavam diante da TV no momento em que foi exibida.


A internet nos oferece uma porta que nos devolve ao passado. Fico fascinado com a possibilidade de rever as aberturas dos programas do meu tempo de infância. As imagens que permaneciam vivas no inconsciente reencontram a realidade das cores, movimentos e dos sons.


Mas o que fazer quando a imagem disponível refere-se ao momento trágico da vida de uma pessoa? Indigência exposta, ferida que foi cavada pelos dedos pontiagudos da fragilidade humana? Ainda é cedo para dizer. Este novo tempo ainda balbucia suas primeiras palavras.


O certo é que a imagem eterniza o erro, o deslize. Ficará para posteridade. Estará resguardada, assim como o museu resguarda documentos que nos recordam a história do mundo.


Coisas da contemporaneidade. Os recursos tecnológicos nos permitem eternizar belezas e feiúras.


Uma fala sobre o erro. Eles nascem de nossa condição humana. Somos falíveis. É estatuto que não podemos negar. Somos insuficientes, como tão bem sugeriu o filósofo francês, Blaise Pascal. O bem que conhecemos nem sempre atinge nossas ações. Todo mundo erra. Uns mais, outros menos. Admitir os erros é questão de maturidade. Esperamos que todos o façam. É nobre assumir a verdade, esclarecer os fatos. Mais que isso. É necessário assumir as conseqüências jurídicas e morais dos erros cometidos. Não se trata de sugerir acobertamento, nem tampouco solicitar que afrouxem as regras. Quero apenas refletir sobre uma das inadequações que a vida moderna estabeleceu para a condição humana.


Tenho aprendido que o direito de colocar uma pedra sobre o erro faz parte de toda experiência de reconciliação pessoal. Virar a página, recomeçar, esquecer o peso do deslize é fundamental para que a pessoa possa ser capaz de reassumir a vida depois da queda. É como ajeitar uma peça que ficou sem encaixe. O prosseguimento requer adequação dos desajustes. E isso requer esquecer. Depois de pagar pelo erro cometido a pessoa deveria ter o direito de perder o peso da culpa. O arrependimento edifica, mas a culpa destrói.


Mas como perder o malefício do erro se a imagem perpetua no tempo o que na alma não queremos mais trazer? Nasce o impasse. O homem hoje perdoado ainda permanecerá aprisionado na imagem. A vida virtual não liberta a real, mas a coloca na perspectiva de um julgamento eterno. A morbidez do momento não se esvai da imagem. Será recordada toda vez que alguém se sentir no direito de retirar a pedra da sepultura. E assim o passado não passa, mas permanece digitalizado, pronto para reacender a dor moral que a imagem recorda.


Estamos na era dos pecados públicos. Acusadores e defensores se digladiam nos inúmeros territórios da vida virtual. Ambos a acenderem o fogo que indica o lugar onde a vítima padece. A alguns o anonimato encoraja. Gritam suas denúncias como se estivessem protegidos por uma blindagem moral. Como se também não cometessem erros. Como se estivessem em estado de absoluta coerência. No conforto de suas histórias preservadas, empunham as pedras para atacar os eleitos do momento.


O fato é que o pecador público exerce o papel de vítima expiatória social. Nele todas as iras são depositadas porque nele todas as misérias são reconhecidas. No pecado do outro nós também queremos purgar o pecado que está em nós. Em formatos diferentes, mas está. Crimes menores, maiores; não sei. Mas crimes. Deslizes diários que nos recordam que somos território da indigência. O pecador exposto na vitrine deixa de ser organismo. Em sua dignidade negada ele se transforma em mecanismo de purificação coletiva. É preciso cautela. Nossos gritos de indignação nem sempre são sinceros. Podem estar a serviço de nossos medos. Ao gritar a defesa ou a condenação podemos criar a doce e temporária sensação de que o erro é uma realidade que não nos pertence. Assumimos o direito de nos excluir da classe dos miseráveis, porque enquanto o pecador permanecer exposto em sua miséria, nós nos sentiremos protegidos.


Mas essa proteção que não protege é a mãe da hipocrisia. Dela não podemos esperar crescimento humano, nem tampouco o florescimento da misericórdia. Uma coisa é certa. Quando a misericórdia deixa de fazer parte da vida humana, tudo fica mais difícil. É a partir dela que podemos reencontrar o caminho. O erro humano só pode ser superado quando aquele que erra encontra um espaço misericordioso que o ajude a reorientar a conduta.


Nisso somos todos iguais. Acusadores e defensores. Ou há alguém entre nós que nunca tenha necessitado de ser olhado com misericórida?

quarta-feira, 19 de março de 2014

O MCC (Div) Conta com vc!!! Saiba como ajudar!


O projeto de doações através da conta de energia elétrica tem como finalidade o crescimento do Movimento de Cursilho de Cristandade da Diocese de Divinópolis, assim como a manutenção de nossa Casa de Retiros Monsenhor Hilton.

Para isso, neste ano de 2014, foi criada uma comissão específica, para tratar do assunto e conscientizar os cursilhistas da importância de ajudarmos nosso movimento.

A doação é feita mensalmente através da conta de energia elétrica, no valor mínimo de R$ 5,00 (cinco reais). Para ser doador, basta preencher um formulário de autorização e apresentar cópia da ultima conta, sendo que a qualquer momento a doação poderá ser cancelada, mediante simples requerimento.

Caso não seja um doador e queria se tornar entre em contato com Leandro Victor ( 8808-6451), Cleiton ( 9122-5238) e Luana (8408-9424).


Cristo conta com você.

Leandro Victor
Divinópolis

sexta-feira, 14 de março de 2014

ULTREIA, ULTREIA!!!

A Ultréia Jovem do Movimento de Cursilho da diocese de Divinópolis neste ano de 2014 acontecerá no próximo domingo, dia 16/03 às 14hs na Paróquia do Senhor Bom Jesus! 

Para entender mais sobre este evento tão importante de Ação, Formação e Oração, pesquisamos sobre o início deste movimento no MCC. 

Leiam!

Ultréia, o que é?

Ultréia é uma palavra de origem espanhola que significa: ir mais adiante, caminhar mais além com entusiasmo. Foi inicialmente empregada nos primórdios do MCC quando a JACE se reunia para se preparar para as longas peregrinações e uma das palavras de encorajamento aos jovens era Ultréia.
O MCC no Brasil influenciado na sua origem passou também a utilizá-la em todas as situações onde é preciso dar um passo a mais, ir além, caminhar mais profundamente, ir para águas mais profundas.

Hoje é utilizado a palavra Ultréia em várias situações, em reuniões mensais de aprofundamento, promovidas pelo GED, em assembléias, em cursilhos de reciclagem, etc.
Em Nova Iguaçu era utilizada uma vez ao ano para dar nome a reunião anual próxima do Natal, onde se fazia uma avaliação do ano que terminava e também no sentido de celebração por tudo que tinha acontecido, chamada de Ultréia Natalina.
Existiam dois outros encontros anuais chamados de "Cursilhão" onde baseando-se num tema central utilizava-se um domingo para aprofundamento.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Escola de Formação do MCC: Um espaço para o aprendizado e vivência da Fé Cristã


“A formação do responsável não termina nunca. Quanto mais estudar a Palavra (os documentos da Igreja e os documentos do MCC), mais capacitado está para servir”. Manual do Responsável do MCC.

Neste intuito de buscar a formação constante e amadurecer nossa espiritualidade é que a escola de vivência do MCC existe. Formação constante é uma premissa do Cursilho, bem como a oração e a ação, e é cada dia mais pertinente para os cristãos, pois a sociedade exige daqueles que professam a fé em Cristo uma atitude coerente com o Mestre. “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito”. 1Pd 3,15.

Como objetivos principais, as escolas de vivência do MCC buscam:

Experiência pessoal de fé – Proporcionar o seguimento a Cristo;

Vivência comunitária – Tornar a pequena comunidade centro de irradiação da Vida em Cristo, capaz de evangelizar os ambientes;

Formação Bíblico-teológica – Formação integral do Cursilhista;

Compromisso missionário – Atuação individual ou da pequena comunidade, à luz do Evangelho, nos ambientes que necessitam de transformação.

O tema direcionador da nossa Escola de2014 será: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus”. (Ef 1,1).

Propõe um estudo sobre a experiência da Graça que São Paulo comunicou em suas cartas, e ao mesmo tempo, refletir sobre a atualidade do pensamento Paulino e como esse pensamento influencia nossa fé. Um convite a percorrer os caminhos que São Paulo percorreu, um itinerário dinâmico de conversão e adesão ao Senhor!

A Escola de Formação e Vivência do MCC é mais do que um lugar de ensinamentos e temas pastorais e teológicos. É espaço privilegiado de vivência e convivência cristã, onde encontramos o combustível permanente, necessário para seguirmos nos alimentando da Palavra e dos Sacramentos, mas também do exemplo de luta de nossos irmãos.

Convidamos a todas as pessoas que se interessam, ou mesmo aquelas que acreditam que o processo de formação cristã é complexo e sem interesse, a viverem junto conosco esses momentos, e experimentarem os benefícios dessa importante ferramenta do nosso movimento.

DATA
TEMA
PROFESSOR

03/05
Paulo, apóstolo por graça, testemunha do mistério pascal de Cristo

Local: Casa de Retiros Monsenhor Hilton
de 09:00 às 15:30
junto com Encontro de Pós Cursilho



Pe. Luís Henrique
(CNBB)



21/06
“ Que assim ele confirme os vossos corações
numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nossoPai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus,com todos os seus santos.” 1Ts 3,13


Parusia – Esperança Cristã – Dom - Compromisso

Local: Obras Sociais
de 09:00 às 11:00





Pe. Emerson



19/07
“Se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.”
1 Cor 15,14


Ressurreição

Local: Obras Sociais
de 09:00 às 11:00




Pe. Marcelo Caixeta



16/08
“Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos.”
1 Cor 1,23


Cruz - Sofrimento

Local: Obras Sociais
de 09:00 às 11:00




Pe. Daniel
20/09
“Cristo Jesus esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” Fl 2,7

Encarnação - Justificação

Local: Obras Sociais
de 09:00 às 11:00




Pe. Paulo Sérgio
18/10
“Se ressuscitastes com cristo, buscai as coisas do alto” Col3,1
Salvação – Antropologia

Local: Obras Sociais
de 09:00 às 11:00



Pe. José Carlos

08/11
“Já não sou eu que vivo, É cristo que vive em mim.” Gl2,20
Atualidade do Pensamento Paulino

Local: Casa de Retiros Monsenhor Hilton
de 09:00 às 11:00


Pe. Carlos Henrique


Leandro Meireles Tavares
Comissão Pós Cursilho -  Escola de Formação e Vivência do MCC