sexta-feira, 26 de março de 2010

"Eles, porém, gritaram com mais força!!!"

“Qual dos dois vocês querem que eu solte? Eles gritaram: “Barrabás”. Pilatos perguntou: “E o que vou fazer com Jesus, que chamam de Messias?”. Todos gritaram: “Seja Crucificado!“. E Pilatos falou “Mas que mal fez ele” Eles, porém, gritaram com mais força: “Seja Crucificado”. Pilatos viu que nada acontecia, e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: “Eu não sou responsável pelo sangue desse homem. É um problema de vocês”. O povo todo respondeu: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e o entregou para ser crucificado.
Mt 27, 21-26


No ano de 1937, na pequena cidade de Araguari-MG, ocorreu um dos maiores erros judiciários de nosso país. Trata-se do conhecido caso dos irmãos Naves. Na época dois irmãos foram acusados de ter assassinado um primo, na intenção de lhe roubar o dinheiro. Presos para interrogatório, os irmãos Naves, como ficaram conhecidos, sofreram durante meses todo o tipo de tortura, o que posteriormente se estendeu a seus familiares... até que, não agüentando mais tanto sofrimento, assinaram uma confissão formal. Ocorre, porém, que o corpo do falecido nunca havia sido encontrado, tampouco a suposta grande soma de dinheiro que supostamente teria motivado o crime. Julgados nas primeiras instâncias foram absolvidos, mas quando o processo foi remetido a uma instância superior, houve a condenação.

Porém, depois de cumprida grande parte da pena, e depois de terem a vida dilacerada pelo julgamento precipitado daquela época, eis que aparece o primo supostamente “falecido”.... que na verdade não tinha sido assassinado coisa nenhuma... mas sim, havia se mudado para outro lugar, por causa de dívidas contraídas...

Entendo pertinente citar este “Caso dos Irmãos Naves”, pois casos como este fazem com que repensemos nossa “sede de justiça”. Em hipótese alguma se quer neste texto fazer uma apologia a impunidade, à injustiça... não é isso...! O que se busca é uma reflexão acerca de quais critérios e sob quais argumentos estamos embasando nossos julgamentos... E não falo apenas dos “Irmãos Naves”, ou o caso dos “Nardoni”, que tem causado tanta polêmica e “perplexidade”, (e que tem repercutido intensamente dentro de nossas casas, no trabalho, em nossas conversas com amigos,...) O que se busca neste texto é uma reflexão acerca, principalmente, dos critérios utilizados no nosso dia a dia quando "proferimos" os mais diversos julgamentos...

Será que em nossos pequenos julgamentos diários, ao clamar por “Justiça”...!, na verdade, não estamos bradando é por “Vingança”...?

Será que temos dado a devida oportunidade ao outro para se defender... ou será que antes de qualquer coisa... e de forma atabalhoada, avançamos em "alta velocidade" rumo à um veredicto... ou à uma condenação...?

Será que temos usado para nós mesmos a mesma medida que utilizamos para com o outro...?

Na última semana a Liturgia nos trouxe Jesus tendo um embate com os Fariseus que queriam que ele condenasse uma mulher surpreendida em adultério. Tanto naquela época, quanto no dias atuais, Jesus nos convida a olhar para os acontecimentos de maneira mais reflexiva... olhar primeiro para nós mesmos... Jesus nos motiva a assumir uma consciência mais critica de maneira que não assumamos posicionamentos viciados e que nos levem a manifestar opiniões apenas a respeito de “pequenas fatias da realidade”...

Precisamos sim, enxergar sem viseiras... estar imunes às manipulações... ter opinião própria... pois quando agimos assim... podemos sim, apesar do sofrimento presente... construir um futuro diferente.

Precisamos sim, ir mais a fundo... pois quando vamos a fundo... não buscamos apenas paliativos que nos saciem de forma imediata... mas sim... vamos as raízes... às causas... e nos comprometemos com a mudança.

E por fim... precisamos sim, ter momentos de intensa reflexão acerca de nossos julgamentos... se estão sendo meros instrumentos de punição... ou se tem ajudado, a nós mesmos, a sermos melhores como pessoa... a sermos melhores cristãos...


Robson Aguilar
Divinópolis


Clik aqui e saiba mais a respeito do caso dos irmãos Naves

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quinta-feira, 11 de março de 2010

Somos muito mais felizes do que Tomé




Fico sempre a imaginar, pensando comigo mesmo, como foi motivo de extrema alegria para os apóstolos, discípulos e seguidores de Cristo o momento de sua ressurreição. Poder ver o Mestre vivo, soberano sobre a morte é algo que enxugaria qualquer lágrima de dor que insistia em rolar do rosto de todos eles. Não menos para Tomé, que apesar de desconfiado também pôde saborear dessa alegria irradiante, e deixou-nos uma lindíssima profissão de fé “ Meu Senhor e meu Deus.”

Presenciar Jesus com suas chagas, com as marcas dos pregos, com o lado aberto foi um golpe na emoção do incrédulo apóstolo que acredito eu não ter ousado tocar nas chagas de seu Mestre, que como sempre, dócil e amável o convida a ter fé.

O que segue é um recado de Jesus deixado exatamente para mim e para você, caro irmão ou irmã em Cristo, pois diz respeito à nossa condição atual de cursilhistas, evangelizadores e promotores do reino: “ Felizes os que acreditam ser ter visto.” Sendo assim somos mais felizes que Tomé, pois fazemos parte do grupo que crê sem ter visto. Vale a pena lembrar das palavras do Mestre que disse: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, más aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu”, portando, se já cremos sem ter visto é para nós um grande passo, resta-nos então fazer a vontade do Pai, e essa vontade corre nas veias do nosso maravilhoso movimento de cursilho de cristandade. Que possamos ser testemunhas autênticas da ressurreição de nosso Messias, movidos pela felicidade e privilégio de poder fazer parte do grupo dos que crêem sem terem visto.

Aproveito esta oportunidade para saudar a todos que estiveram reunidos em nome de Cristo no 27º cursilho jovem masculino, equipe e cursilhistas , as boas recordações dos momentos vividos com vocês em experiência do Espírito Santo jamais será esquecida e para sempre irá impulsionar – me no caminho do evangelho. Que assim seja.



Toninho – Itaúna