sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ou Santos ou Nada!!!



Longe da experiência vivencial de Deus, as coisas da religião, da fé, da espiritualidade permanecerão distantes do coração, da liberdade, do jeito de ser e próximas da bela teoria, da elegância das expressões, do encanto dos jogos linguísticos.

A pessoa cursilhista, o cristão cursilhista que conseguiu trilhar o caminho da experiência vivencial de Deus naquele Kairós, não atuará no mundo indiferente a sua responsabilidade de Evangelizar os Ambientes conforme o objetivo do Movimento.

Esta experiência o conduzirá a sua identidade: sou cristão, logo, sou missionário. Ser cristão-missionário foi atualizado no tema da Conferência de Aparecida: discípulo-missionário. Esta Conferência impostou claramente que a experiência com a pessoa de Jesus Messias-Deus faz o discípulo-missionário. Não é outro o caminho do Movimento de Cursilho de Cristandade. Ele quer oferecer, aos que se dispõem ao encontro, a experiência que os marcará e os impelirá à Evangelização dos Ambientes.

Não há dúvidas que esta experiência, com toda a realidade que envolve o ser humano, está submetida às ambiguidades próprias da nossa condição. Deve ser sempre julgada à luz do bom senso, do que é valor humano e cristão, enfim, à luz da fé em Deus Uno e Trino.

Karl Rahner, renomado teólogo católico, afirmou que “o Cristão do século XXI ou será místico ou não será cristão”. Em seguida, temendo ser mal entendido, acrescentou: Desde que não se entendam por mística fenômenos parapsicológicos raros, mas uma experiência de Deus autêntica, que brota do interior da existência”.

Ocorre, hoje, uma verdadeira degradação semântica do termo mística, associando-lhe a eventos absolutamente alheios a qualquer referência religiosa. Mística, do dicionário Aurélio, “é a firme crença numa doutrina religiosa, filosófica”. Misticismo é “um estado espiritual com o divino, o sobrenatural. Doutrina que afirma a possibilidade dessa união. Religiosidade profunda.”
 
A mística cristã caiu vítima do racionalismo dos nossos dias, sendo silenciada por pertencer ao departamento dos sentimentos, do subjetivo, da irracionalidade, do campo das emoções. Foi silenciada, ainda, por uma sociedade que está vazia de sentido e de valores, centrada no indivíduo, no prazer, na satisfação rápida dos desejos e no materialismo capitalista.

A mística cristã é um movimento que parece brotar de nossos desejos, de nossa busca de Deus, do esforço humano de querer encontrar-se com um Deus à nossa disposição. Entretanto, é justamente o contrário pois, conforme nos ensina São João da Cruz, “Deus nos amou primeiro”. No mesmo sentido, Sto. Agostinho diz que “só O buscamos porque já O encontramos”

A mística não é um perder-se me si mesmo, nem abraçar uma divindade qualquer, é experiência de Deus que se dá à criatura, um Deus que se dá a nós por puro amor, é justamente o encontro com a Pessoa Divina que vem até nós.

Devemos estar atentos a qualquer sussurro dessa presença para captar esse estar de Deus em nós.

O próprio Jesus teve vida mística, se mantendo íntimo do Pai, e em profunda comunhão com a sua vontade. Certamente, Jesus não dispensava a oração, que lhe proporcionava espaços de intimidade com o Pai. Porém não é somente a oração que torna o cristão místico, mas as práticas assumidas a partir da oração. Como diz em Tiago 2, 26, “Assim como o corpo sem o espírito é morto, assim também a fé, sem as obras, é morta.”

A mística cristã nos faz ir além de nós mesmos para nos lançarmos no compromisso por uma sociedade justa, fraterna e solidária. Ela nos conduz aos irmãos: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.

A experiência mística mostra sua verdade no momento em que ela reflete em crescimento espiritual para aqueles que estão a nossa volta. A partir do momento em que experimentamos Deus profundamente, vivemos a mística cristã, somos capazes de doar a vida aos irmãos.

Peçamos a Deus, todos os dias, o dom e a graça de fazer da nossa vida, uma vivência contínua da mística cristã, pois somente assim encontraremos força para nossa vida pessoal e em comunidade. “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz que conduz a vida” (Jo 8,12).      

Padre Carlos Henrique
Divinópolis

Leve este texto para seus ambientes... comente aqui no Blog essa experiência

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

As Redes foram Lançadas...!!!

 
Não da mais pra voltar o barco esta em alto mar ....

Na margem de um lago e num dia ferial, enquanto as pessoas estão empenhadas nos seus trabalhos, Jesus senta-se na barca de Pedro e convida os discípulos a lançar as redes e a pescar...

O resultado é surpreendente, a quantidade de peixes capturada é enorme...

"Tendo conduzido os barcos para terra eles deixaram tudo e seguiram Jesus"(Lc5,11)..
  
Deus nos chama a avançar! Somos um povo que vive sob Senhorio de Jesus, alimenta-se da Palavra, proclama a Boa Nova e que é chamado a estar em estado permanente de missão. Um povo que confia no Seu Senhor, na Sua Palavra, e por isso, lança as redes mais uma vez.

Amigos, o comodismo é o que nos atrapalha de crescer. Nós nos acostumamos com as coisas do jeito que elas estão mesmo sabendo que poderia ser muito melhor. Muitos não se importam em crescer, evoluir, aprender… e simplesmente param no tempo, porque não QUEREM, ou têm MEDO de passar por mudanças transformações... Como todos sabem Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos fazer nossas escolhas, e muitos então fazem a escolha de ficar parado…

Aconteceu com o apóstolo Pedro. Quando ele foi chamado por Jesus a ser seu discípulo, tinha acabado de voltar de sua costumeira pescaria, mas desta vez com as redes vazias, apesar de uma noite inteira de trabalho. Quem sabe que raiva levava consigo! A mesma de tantos nossos jovens, eu penso. Numa hora tão decepcionante e desoladora, porém, acende-se uma lâmpada de esperança, através do convite de Jesus que diz: “Avança mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca” (Lc 5,4). Foi necessário que o bom Simão lançasse outra rede para águas mais profundas, a da própria existência: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens! (Lc 5,10), disse-lhe Jesus. 

O nosso “barco”, com tudo aquilo que leva dentro: afetos, ideais, sonhos, conquistas e até derrotas, não pode ficar estacionado á beira-mar, correndo assim o risco do apodrecimento. “Apesar de suas redes vazias, Deus ainda precisa dos jovens, porque o mundo precisa de Deus”.

Nosso encontro no ultimo Domingo dia 07 de agosto, teve essa proposta de encorajar nossa juventude a avançar sem medo.

Padre Carlos Henrique nos deu a sementinha que regamos muitos dias para que ela pudesse vingar e esse encontro foi só o adubo só uma força a mais, queremos mais quando podemos dar mais.

Falo porque eu vi nesse encontro que eu posso dar mais do que estou dando ao movimento, ao meu Jesus. Quem imaginaria que conseguiríamos juntar 130 jovens para uma proposta de trabalho tão linda. 

È com essa alegria meus irmão que espero q levemos o nome desse Deus infinito e maravilhoso um homem que nos da coragem força e nos obrigada a darmos mais porque ele nos fez mais. 

Obrigada pela presença te todos ficamos infinitamente felizes de ver tanta gente. 

Obrigada por fazer a diferença que Deus nos abençoe e nos dê muita força para seguirmos em fretes e avançarmos cada vez mais em águas mais profundas.


Cindele Rabelo
Carmo do Cajuru

        

terça-feira, 9 de agosto de 2011

EVANGELIZAR É A META DO CURSILHO


ANO I – Número 01 – Agosto de 2011

Toda organização, clube, associação ou movimento eclesial, tem sua finalidade própria, que é o objetivo da sua existência. Esta finalidade própria é o que define a organização, é o carisma, que não permite que uma entidade se confunda com a outra. 

No Movimento de Cursilhos, na própria definição está claro qual é o carisma e como este objetivo deverá ser atingido. A definição é esta: “O Movimento de Cursilhos é um movimento eclesial que, por meio de método próprio, facilita a vivência e a convivência do fundamental cristão, ajuda a descobrir e a realizar a vocação pessoal, criando núcleos de cristãos que fermentem de Evangelho os ambientes”.

Então, fermentar de evangelho os ambientes é a meta, e o meio, a maneira, é “criando núcleos de cristão”. Para evangelizar ambientes, ou seja, para difundir os critérios e valores evangélicos nos lugares onde estamos, seja na família, no trabalho, no lazer, o MCC tem um método próprio. 

Este método de evangelizar é por meio de núcleos de cristãos, que a CNBB cita no Doc 62, no número 121, denominando de “pequenas comunidades de fé nos ambientes”. Então percebemos que o MCC caminha com a Igreja, que quer evangelizar os ambientes onde se tomam decisões importantes sobre a vida do homem e da mulher, por meio de um método que envolva o cristão em grupo, na verdade por meio de uma rede de pequenas comunidades de fé nos ambientes. 

Para isso, sugere o Grupo Executivo Nacional em suas Assembleias Nacional e Regionais, que devemos ir além das comunidades territoriais ou geográficas, quando estas se preocupam com visitas missionárias domiciliares, reza do terço, leitura do Evangelho, etc. Estas são iniciativas altamente positivas, mas que denotam, apenas, a ação numa pastoral de conservação. Não se atinge, via de regra, a praticar uma pastoral de transformação, que é a meta do Cursilho. 

Por isso o MCC quer que perguntemos aos nossos grupos se na prática estamos trabalhando na evangelização por meio da transformação ambiental, revertendo os casos de injustiça, desamor e de “guerra” existente entre os que convivem nos nossos ambientes. 

Com esta transformação ambiental, ou dizendo de outra forma, com esta evangelização ambiental, estaremos dando cumprimento ao carisma do MCC, sendo fiéis portanto, aos objetivos que definem o Movimento de Cursilhos. 

Núcleos de Comunidades Ambientais (NCA), ou “Pequenas Comunidades de Fé nos Ambientes”, são sem sombra de dúvidas um dos instrumentos de evangelização para o mundo de hoje e o que o MCC abraçou. 

            Na prática, tais comunidades são grupos de cristãos do mesmo ambiente ou área de atividade humana, que comprometidos pelo Batismo com o Plano de Deus, com seu Reino e com o seguimento de Jesus, assumem sua vocação por meio de sua presença marcante de verdadeiros cristãos neste ambiente. A ação que caracteriza o trabalho desta Pequena Comunidade de Fé se caracteriza por ser uma ação transformadora, agindo a semelhança do fermento transformador. Sugere o MCC Nacional que o primeiro passo a ser dado para formar uma Pequena Comunidade Ambiental é a priorização dos ambientes, como as áreas da Educação, Saúde, Justiça, Funcionalismo, Indústria, Política, Mundo do trabalho em geral e da Cultura. São estimulados, os cursilhistas destes ambientes prioritários, a se organizem em comunidades, e uma vez organizada, definem a freqüência, local e outros detalhes das reuniões, cujo objetivo é o crescimento pessoal e o estudo daquele ambiente específico, para então promoverem a transformação segundo os critérios evangélicos. Sugere-se que se faça de maneira humilde, discreta e aberta, para que o grupo não seja  “marcado”, o que prejudica a ação transformadora cuja evangelização ambiental se propõe. 

            A reunião da pequena comunidade ou também chamado de núcleo ambiental, propicia um clima de amizade fraterna, de oração, de reflexão da Palavra de Deus e conseqüentemente uma vivência comunitária de uma espiritualidade encarnada. O fundamental é a presença-testemunho. 

Então, vamos arregaçar as mangas e evangelizar por meio de Núcleos de Comunidades Ambientais ou das Pequenas Comunidades de Fé nos Ambientes, o que significa colocar em prática o que vimos lá no nosso Cursilho durante o último dia, no domingo.   

            Com este pequeno roteiro, que vamos chamar de Alavanca !!!, queremos que você possa dar o primeiro passo no ambiente onde você está inserido. Reúna os cursilhistas que estão neste ambiente e procure ao menos uma vez por semana se reunir para um pequeno momento de oração/reflexão/evangelização. 

Faça a diferença, CRISTO CONTA COM VOCÊ!

Trocando idéias: 
 0 1 - Como estamos vivendo o 4º Dia?
0 2 - Como podemos ser testemunha de Cristo aqui neste ambiente onde estamos?
0 3 -  Qual o nosso compromisso para esta semana?


PARA VOCÊ REZAR:

07/08  Mt 14,22-31
08/08  Mt 17,22-27
09/08  Mt 18,1-5.10.12-14
10/08  Jo 12,24-26
11/08  Mt 18,21-19,1
12/08  Mt 19,3-12
13/08  Mt 19,13-15

  

EM DIA COM O MOVIMENTO:  

ASSEMBLÉIA REGIONAL DO MCC EM DIVINÓPÓLIS: No último dia 21 de julho, nosso GED recebeu a visita de representantes do GER (Grupo Executivo Regional) em preparação para a Assembléia Regional do Movimento de Cusilho que acontecerá na nossa Casa de Retiros Monsenhor Hilton de 16 a 18 de setembro de 2011. Estaremos recebendo de braços abertos os cursilhistas das seguintes Dioceses: Patos de Minas, Curvelo, Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba, Luz(Formiga), Oliveira (Perdões), Guaxupé, Belo Horizonte, Sete Lagoas, Governador Valadares, além de representantes do GEN (Grupo Executivo Nacional).


Faça sua experiencia! Leve este texto para o seu ambiente essa semana: No seu trabalho, no barzinho com os amigos, em casa, na faculdade...

Assuma esta proposta, discuta este texto, as perguntas
e comente aqui no Blog Alavanca!
Semana que vem tem mais!!!

Padre Carlos Henrique
Divinópolis-MG


(Proposta de Evangelização Ambiental assumida no ultimo Encontro de Pós Cursilho, dia 07/08/2011, Carmo do Cajuru) 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Senhor fazei de mim um instrumento de Vossa paz!

Se permitir ser instrumento nas mãos de Deus nem sempre é uma tarefa fácil... é preciso se abandonar a vontade do Pai, para que ele faça o que quiser, para que Ele toque e o som a ser produzido seja afinado à Sua vontade.

Desde o dia do convite para coordenar o 29º Cursilho Jovem Feminino eu não tive dúvidas que São Francisco seria o padroeiro a nos ajudar ser instrumento de Deus na vida das nossas meninas. Seu exemplo de amor ao próximo, a natureza, a vida nos faz refletir hoje o nosso próprio amor, e principalmente o amor a Jesus pois como dizia o irmão Francisco: “O amor não é amado!” tornar o amor amado é a nossa missão! Reconstruir a igreja de carne, igreja de sentimentos, igreja que muitas vezes está em ruínas...

O Cursilho foi uma experiência única do amor de Deus! Podíamos ver a incerteza e o medo no rosto de cada uma ao recepcioná-las na quinta feira, mas pouco a pouco Jesus prepara o terreno, lança as redes e faz sentir segura.... Deus nos mostrou como nos ama! Isso pode ser notado em cada sorriso e cada olhar! Ele nos acolheu... nos deu seu colo, nos deu sua mão e nos mostrou o caminho... Foi maravilhoso entrar no íntimo do seu coração! E o mais bonito é que Ele em sua suprema divindade nos faz ser pessoa... que sabe que a nossa missão é aqui fora... e com seu amor podemos ser realmente Evangelizadoras!  

Formamos agora, após encerrado o cursilho uma orquestra onde Deus é quem nos rege! Deus é um grande artista e, como artista misericordioso que É, Ele usa pessoas para a Sua obra. 

Cada um é um instrumento nas mãos de Deus, e todos têm a mesma importância para Ele. Nenhum instrumento é mais importante do que outro: todos contribuem para a obra;

Por isso, assim como todas as neo cursilhistas e toda equipe do 29º Cursilho Jovem Feminino, Deus te convida a se entregar em Suas mãos, e a partir Dele ser extraído de ti o mais sublime som que alguém possa produzir... o som da alma!

 
Seja Instrumento de Deus!!!

Liliane
Pará de Minas
Coordenadora do 29º Cursilho Jovem Feminino

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A maior experiência do amor de Deus em minha vida!


Estou me referindo ao 29º cursilho masculino jovem da Diocese de Divinópolis.

Ficava imaginando como seria vivenciar o 29º e hoje posso dizer: foi maravilhoso, algo fantástico, a maior experiência do amor de Deus em minha vida.

Antes do cursilho acontecer, ficava me perguntando:

“- O que eu tenho a oferecer àqueles jovens que lá estarão?”

E a resposta sempre vinha que eu era pequeno demais para poder oferecer algo àqueles jovens que lá estariam.
Porém chegou o tão sonhado dia, o dia 07/07/2011, onde daríamos início ao 29º Cursilho Jovem Masculino. Acordei como se fosse explodir de tanta ansiedade e, como temos o costume de passar na capela do Santíssimo todos os dias, aquele dia não podia ser diferente. Ao chegar na capela do Santíssimo e ler o evangelho do dia, meu questionamento aumentou, pois o evangelho daquele dia  dizia:

“Não leveis ouro, nem prata, nem dinheiro à cintura; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão”.

Logo eu que havia preparado “mil e uma” coisas para levar para aquele cursilho, ouvia Jesus me dizer para não levar nada, e foi assim que fui para casa de retiros.

O dia foi passando e tudo acontecendo naturalmente, eu sempre a perguntar: Por que eu? O que posso oferecer? 

Foi quando chegou o sábado, eu ali na frente de Jesus sacramentado pude entender tudo que se passava. Da mesma maneira que Jesus usou aquele jumentinho para entrar em Jerusalém,  Ele usava, naquele cursilho, um outro jumentinho, talvez até menor do que aquele usado em Jerusalém.  Era  aquele jumentinho chamado Dirceu que Ele queria usar para preparar todo o 29º, para que Ele pudesse chegar ao coração daqueles jovens. Um jumentinho que não tinha nada a oferecer, mas que tinha feito tudo com o maior amor do mundo e que naquele momento O carregava com esse mesmo amor. 

Foi assim que entendi que não é preciso levar nada, mas simplesmente fazer com amor! E era o que eu havia feito.

Quando chegou o domingo, logo de manhã, pude ver o evangelho do dia que falava do semeador. E a certeza de que tudo havia sido preparado não pelo jumentinho, mas por Aquele que estava em cima do jumentinho, pois tudo era divino, algo mágico que estava acontecendo em minha vida e eu não sabia como explicar.
Simplesmente podia dizer: 

O 29º Cursilho Masculino Jovem da Diocese de Divinópolis foi a maior experiência de Deus em minha vida.


Dirceu Rodrigues
Antunes - MG
Coordenador do 29º Cursilho Jovem Masculino 
Diocese de Divinópolis

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Namorar é tempo de quê?

O namoro é uma experiência única e vivamente enriquecedora. Com ele muitos se empolgam e não poucos o procuram com ansiedade e o esperam com inúmeras expectativas. Ele ajuda o ser a colocar para fora o que tem de melhor, também o ensinando a bem acolher o que de bom o outro pode oferecer. Enfim, tal relacionamento se constitui como experiência singular e rica de ensinamento. Contudo, ele pode também se tornar traumático e confuso se não for experienciado com o devido tempero e maturidade.
Maturidade para ganhar e perder, para dar e receber… Quem entra em um namoro querendo somente ganhar já começou a perder. Esse relacionamento não poderá, de fato, acontecer se desde o seu início nele não existir um sentido de entrega e doação em favor do bem do outro. Sem o respeito, que nos faz compreender que o outro não é um "poço encantado" onde satisfazemos todos os nossos prazeres egoístas, o namoro não poderá se solidificar, ficando assim impedido de lançar as bases para um relacionamento estável – feliz – e duradouro.
O namoro é, com exatidão, um tempo de conhecimento e interação mútua. E é necessário que seja assim. É tempo de crises, de deparar-se com as diferenças que constituem "um outro" que não sou eu, e que por isso não pode ser por mim manipulado (alienado). Quem não emprega tempo e energias neste processo de conhecer, deixando-se conhecer, acabará colocando o futuro do relacionamento na rota do fracasso e de uma ampla "irrealização".
Namoro sem crise, sem conhecimento e confronto de diferenças tende a se tornar – ainda que disfarçadamente – um esconderijo de múltiplas formas de superficialidade e descompromisso. Quem não faz a experiência de realmente conhecer a quem namora no seu melhor e pior – encantando-se e decepcionando-se – correrá o sério risco de não suportar a dureza manifestada pelo real, depois do casamento já concretizado.
Quem, no tempo de namoro, conhece somente o "corpo" (do outro) e não a "pessoa" por inteiro poderá, em qualquer alvorecer, deparar-se com a infeliz descoberta de que se casou com um (a) desconhecido.

Namoro é o momento de entrar em crise e dela juntos sair. É tempo de brigar e reconciliar-se, é tempo de não representar. Quem assume esse relacionamento acreditando "ser de vidro" – não resistente ao impacto do cotidiano – não entendeu o que significa amar e ser amado e quais são as exigências que brotam deste ofício.
Confronto de diferenças não é sinônimo de desamor, mas de autenticidade. Estacionar nas diferenças, permitindo que estas ditem definitivamente as regras da relação é, sim, o sinal do desamor em estado de constante vitória. Este encontro – que em momentos "desencontra" – oferecido pelo namoro é um momento único e determinante para o futuro do casal e da família. Por isso, precisa ser bem vivido e digerido com respeito e autodoação que desafiem a atual lógica utilitarista, que cada vez mais fabrica centenas de uniões fragmentadas e inexistentes (apenas aparentes).
Com as bases solidificadas em uma madura compreensão do que seja o amor – protaganismo de identidades e não ensaio de representações… – o namoro poderá crescer e se tornar, de fato, o fundamento para o futuro de uma família verdadeiramente feliz e centrada no essencial da vida.

Diácono Adriano Zandoná
Fonte: www.cançãonova.com

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vocação e Gerenciamento!!!


a) O termo acima está atrelado ao PERFIL DO RESPONSÁVEL.  Pois, coordenar é o mesmo que gerenciar, administrar, supervisionar ou comandar. O que exige das pessoas certos dons, interesses e capacidades. E mais do que isto, a vocação para tal. Além de exigir pleno conhecimento da tarefa que vai assumir. 

b) Infelizmente a experiência vem nos mostrando que muitas vezes deparamos com pessoas com cursos superiores,  seminários e  farta literatura,  mas,  que mostram sempre um tanto quanto incompetentes quando estão a frente de um comando ou supervisão de entidades, empresas, ministérios e até de governos. 

c) Isto porque nem sempre, uma coordenação ou comando são alcançados por  legitima vocação. Quantas vezes presenciamos pessoas  despreparadas e que pouco conseguem produzir, então as conseqüências são péssimas; pessoas que nada têmcom o ser coordenador(a) ou supervisor(a) em qualquer área de atividades.

d) Como exemplo típico do assunto em questão, e sempre presente em nosso dia-a-dia, vemos as deficiências de coordenação e supervisão das  nossas  repartições públicas onde, a maioria desses cargos e promoções,  são políticas e não meritórias. Por isto, a situação fica cada vez pior. Como exemplo a saúde pública, onde a mídia não se cansa de denunciar as falhas administrativas.  Pessoas que desconhecem que coordenar e supervisionar hospitais visa salvar vidas.

e) Uma coordenação, uma supervisão vai depender sempre da VOCAÇÃO, do perfil de uma pessoa dedicada, comprometida e que busca sempre estudar e  aprender mais sobre aquilo que faz, ou que se compromete  a fazer. 

f) O coordenar e comandar, tem como finalidade obter resultados positivos utilizando sempre pessoas certas e que tenham gosto pelo que fazem, vocação para exercerem uma  missão que lhes é confiada visando êxitos.

g) Não há nenhum preparo científico, ou mesmo em cursos de doutorado que, sozinhos, possam superar a intuição, o tino e a vocação  da  pessoa  que almeja ser um coordenador(a), supervisor(a).  Liderança  comprovada é sempre duradoura. Capacidade de interação, empatia, visão de  futuro e  jogo de cintura em  certos momentos. É querer ganhar conhecimentos no aprendizado com os outros mesmo que esses outros sejam seus subordinados. Cabe ao coordenador(a) e supervisor(a) eficientes, explorar o preparo dos outros  para tirar proveito de tudo aquilo que lhe trará vantagens no seu comandar. (um simples exemplo: Sílvio Santos)

i) Um alerta para os problemas de coordenação e supervisão consangüíneas. Às vezes problemáticas, porque sempre são causa das vaidades e ciúmes, que valorizam mais o confronto do que a cooperação.  Muitos  sonham em ver seus filhos na coordenação ou supervisão de seus negócios independente de suas vocações. Procuram dar-lhes a melhor formação acadêmica  e cursos no exterior. Mas, fecham os olhos para as características que um coordenador(a) e  supervisor(a) precisam ter. E quando há mais emoção do que a razão, as providências são lentas  ou deixam de ser tomadas.

Portanto o coordenador eficiente e nascido da  vocação não só cria, como enxerga os mecanismos de alerta para as devidas correções de rumos, quando há evidências de falhas. Quem não ouve  seus auxiliares  é sempre um  autossuficiente,  não vai enxergar o sinal amarelo,  o alerta que pode levar a sua coordenação ao fracasso

José Antônio dos Santos
Ged - Divinópolis

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

27 razões para não ser católico...


Em síntese: O presente artigo responde ao questionamento apresentado por um protestante, que nada de novo diz (como sempre!). As respostas dadas a este protestante (“evangélico”)  poderão ser úteis a quantos fiéis católicos se vêem assediados por objeções – na maioria das vezes caluniosas – de irmãos separados (às vezes mais separados que irmãos!).
Eis o que escreve o interlocutor anônimo:

1. “Ele me salvou”
“1. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, primeiramente porque Jesus Cristo salvou-me de meus pecados (Mt 1, 21), garantindo-me a remissão por Sua graça (Ef 1, 7), ao arrepender-me (Lc 13, 3; At 3, 19;  11.18) e crer em seu sacrifício na Cruz do Calvário (At 20, 21; Rm 3, 26). Assim o Senhor me fez uma nova criatura (Jo 3, 3-6; 2 Co 5, 17; Ez 36, 26) e seu filho (Jo 1, 12; Rm 8, 14-17; 1 Jo 3, 1), para que hoje eu pudesse glorificá-lo através da minha vida e testemunhar aos outros acerca de tão grande salvação que me foi concedida pelo Filho de Deus (ver Gl 2, 20; Ef 2, 10; Hb 13, 15-16; 1Pd 2. 5, 9-10; Mc 16, 15; Rm 10, 13-15)”.
Nesta passagem chama-nos a atenção o caráter individualista da locução: as partículas “eu, me, a mim” voltam constantemente como se o Cristianismo fosse algo do foro privado. – Ora tal atitude é profundamente antibíblica; sim, Jesus fala da “minha Igreja” com sua hierarquia (cf. Mt 16, 16-19; 18, 18). Ser cristão é ser membro do Corpo de Cristo Cabeça (cf. 1Cor 12, 12-21), é ser ramo do tronco de videira, que é Cristo (cf. Jo 15, 1-5).
O protestantismo põe de lado o sacramento da Igreja, fazendo do indivíduo autor do seu Credo em conseqüência do princípio do livre exame da Bíblia. Esse subjetivismo redunda no relativismo que tanto caracteriza o pensamento contemporâneo.

2. Somente a Escritura
“2. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque creio na Suprema Autoridade das Escrituras, como única regra de fé e prática (Sl 19, 7-8; Sl 119, 105; ls 8, 20; Mt 22, 29; Lc 16, 29; Jo 5, 39; 10, 35; Jo 17, 17; Rm 15, 4; At 15, 15; 17, 11; 24, 14; 2Tm 2, 15; 3, 15-17; 2Pd 1, 19-21). Esta autoridade das Escrituras deriva de sua divina inspiração (2Tm 3, 16) e de sua revelação que “não foi dada por vontade humana” (2Pd 1, 21), o que lhe garante evidente proeminência”.
Os católicos também seguem a Bíblia, e a seguem mais fielmente do que seus irmãos protestantes. Sim, aceitam a Bíblia quando ela diz que nem tudo o que Jesus fez está consignado no Livro Sagrado; ver Jo 20, 30s; 21, 24s. A própria Bíblia manda seguir a mensagem transmitida por via oral (cf. 2Tm 2, 2) sem restrição que subordine a palavra oral à escrita. Como se compreende, não se trata de qualquer tradição, mas de Tradição divino-apostólica, que começa com Jesus e os Apóstolos. Sem o acompanhamento dessa Palavra oral, a Bíblia se torna um livro que os homens estraçalham, dele deduzindo as mais contraditórias e estranhas teorias, como acontece no Protestantismo dividido e subdividido por falta de um referencial na leitura das Escrituras. Tenha-se em vista, por exemplo, o seguinte conjunto de palavras sem pontuação (como era praxe entre os antigos):
RESSUSCITOU NÃO ESTÁ AQUI
Estas palavras podem ser lidas em dois sentidos:
RESSUSCITOU. NÃO ESTÁ AQUI.
RESSUSCITOU? NÃO! ESTÁ AQUI.
É o tom de voz ou a palavra oral que vai definir o significado da escrita.
Donde se vê que a Bíblia não pode ser lida independentemente da Tradição oral, que lhe é anterior, a berçou e a acompanha através dos séculos. Entende-se que, para distinguir das muitas tradições a autêntica Tradição, haja uma instância abalizada, que, no caso, é o magistério da Igreja, a quem Jesus prometeu sua assistência infalível (cf. Mt 28, 19-20; 18, 18; Lc 22, 31s).

3. Calvário e Eucaristia
“3. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque eu creio na plena consumação do Sacrifício de Cristo. Isto significa dizer que eu creio que Cristo morreu pelos nossos pecados de uma vez por todas (1Cor 15, 3; 1Pd 2, 24; Hb 10, 10; cf. 9, 11-12); não sendo necessário (Hb 7, 27; 9, 26; 10, 14.18) e nem mesmo possível (Hb 9, 27-28) renovar ou perpetuar este sacrifício irrepetível, segundo a pretensão a que se realizam as missas católicas”.
O irmão protestante tem razão ao lembrar que Cristo morreu uma vez por todas e já não pode morrer. Por isto a Missa não repete nem renova o sacrifício do Calvário, mas o torna presente ou o perpetua. E isto, para que a Igreja ou os fiéis possam tomar parte na entrega de Cristo ao Pai. Ser cristão não é apenas seguir um Mestre, mas é comungar com a vida de Cristo Cabeça – o que se faz mediante os sacramentos, dos quais a Eucaristia é o principal. Foi assim que as gerações cristãs durante quinze séculos entenderam as palavras de Cristo, que na última ceia entregou aos discípulos o seu corpo e o seu sangue “para a remissão dos pecados”. Segundo o protestantismo, tal entendimento terá sido falso, de modo que só após Lutero no século XVI se entende corretamente a intenção de Jesus na última ceia. Ora dizer isto equivale a acusar o Senhor de haver esquecido a sua Igreja a quem prometeu perpétua assistência (cf. Mt 28, 20). Será lícito acusar de negligência Jesus e seu Santo Espírito? Pergunta-se: quem errou – Jesus ou Lutero e o protestantismo?

4. Fé e obras
“4. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras nos ensinam repetidas vezes que a salvação é pela graça e exclusivamente por meio da fé (Jo 1, 12; 3, 15-16; 36; 5, 24; 6, 28-29, 39-40, 47; 11, 25-26; 20, 31; At 10, 43; 13, 39; 15, 11; 16, 31; Rm 1, 16-17; 3, 22-26, 28, 30; Rm 4, 5-8; 5, 1-2; 5, 15-21; 6, 23; 10, 10-11; 1Cor 1, 21; Gl 2, 16; Gl 3, 8; 11; Fp 3, 9; Ef 1, 6-7, 13-14; 2, 8-9; 2Tm 1, 9; 3, 15; 1Pd 2, 6; 1Jo 5, 13; Ap 21, 6; 22, 17) e que as boas obras apenas evidenciam a fé salvífica (Gl 5, 6; 22-23; Tt 2, 14; 3, 8; Tg 2, 18; Ef 2, 10), sendo conseqüência e não causa de salvação. Além disso, as Sagradas Escrituras encerram dentro de uma impossibilidade a hipótese estapafúrdia de que a salvação poderia vir em parte pela graça e em parte pelas obras – como desejaria o Romanismo -, pois o apóstolo Paulo afirma que “Se é pela graça, já não é pelas obras do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11, 6; compare com Ef 2, 9; Tt 3, 5-7).
Na tentativa de amenizar a contradição existente entre a doutrina bíblica e a teologia papista, os católicos romanos, mediante uma interpretação débil e que despreza a exegese bíblica, normalmente citam Tg 2, 18-26 em contraposição a Rm 3-5, como se a verdade das Sagradas Escrituras fosse auto-refutante. Porém, eles é que estão equivocados em sua deturpação (2Pd 3, 16) por omitirem o fato de que o apóstolo Paulo está se referindo unicamente à justificação diante de Deus (ver Gl 3, 11), enquanto o apóstolo Tiago está se referindo à justificação diante dos homens (cf. Tg 2, 18: “…mostra-me a tia fé… te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”), cujo significado é vindicar e na qual as obras testificam diante dos homens a existência da fé verdadeira (cf. Tg 2, 14-18), sendo [meramente] frutos da mesma – algo coerente com as demais Escrituras (cf. Ef 2, 10 Gl 5, 6)”.
Não se pode ler São Paulo sem ler também São Tiago.
São Paulo tem em vista a entrada na graça ou a passagem do estado de pecado para o de amigo de Deus; é o que se chama “justificação”, fazer justo, amigo de Deus. Isto ocorre gratuitamente, sem que o homem o mereça por suas obras boas.
São Tiago considera uma comunidade que foi justificada e tem fé, mas é inerte, não praticando os ditames que a fé recomenda; esses cristãos têm uma fé morta, como a do demônio, que crê, mas estremece, porque a sua fé sem obras correspondentes não o salva. Por conseguinte. São Tiago exige boas obras da parte dos crentes não apenas como manifestação da fé, mas como o necessário desabrochamento da fé.
Com outras palavras: São Paulo tem em mira a entrada na vida cristã, ao passo que São Tiago visa a perseverança na mesma. Distingam-se uma da outra justificação e salvação. Alguém pode ser justificado, mas não será salvo se não perseverar na graça recebida ou se na última hora não estiver na graça de Deus que frutifica em boas obras.
Como se vê, as boas obras não são efetuadas independentemente da graça divina, mas são o efeito desta, de tal modo que S. Agostinho podia dizer: “Deus em nós coroa os seus méritos”.

5. Cristo e os Santos
“5. MÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras enfatizam que apenas o Soberano e Eterno Senhor – que não divide a Sua glória (Is 42, 8; 48, 11: ‘A minha glória não darei a outrem’) – deve ser cultuado. O Senhor Jesus Cristo disse e está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto’ (Mt 4, 10 e Lc 4, 8; veja também Ap 4, 11; 5, 12; 14, 7; 19, 10; 22, 9; 1Cr 16, 29; Sl 96, 9). Perante estas palavras do Senhor e tal ensinamento bíblico referente ao culto exclusivo a Deus, que os cristãos bíblicos preservam e devem preservar, certamente eu jamais poderia concordar com a Mariolatria (devidamente refutada por Jesus em Lc 11, 27-28; veja também Mt 12, 48-50; Mc 3, 33-35) e o culto aos santos, o qual foi recusado até mesmo pelos apóstolos (At 3, 12ss; 10, 25-26; 14, 14-15)”.
É certo que Deus Eterno e Absoluto não pode tolerar outro Eterno e Absoluto ao seu lado; isto seria ilógico. Mas Ele pode – e quer – dar às suas criaturas a graça de ser carnais ou instrumentos da sua ação santificadora; tais são os Santos; por sua intercessão junto ao Pai colaboram com Cristo na salvação dos irmãos, sem diminuir de modo algum a grandeza do ministério de Cristo Sacerdote. Esta verdade pode ser ilustrada pela imagem do professor, que não guarda egoisticamente o seu saber, mas o comunica aos discípulos; assim tem origem muitos sábios sem que o professor perca algo da sua sabedoria. Tal gesto não empobrece, mas, ao contrário, nobilita o professor – Ora algo de análogo se dá com Cristo e os Santos. Estes são venerados e não adorados, como venerados são pai e mãe, como venerado (não adorado) é Tiradentes no dia 21 de abril.
De resto, já os judeus no Antigo Testamento tinham consciência de que os justos no além intercedem por seus irmãos militantes na terra; cf. 2Mc 15, 12-15. É de notar que Lutero, adotando o catálogo bíblico de Jâmnia, retirou da Bíblia, entre outros, os dois livros dos Macabeus.
Em Lc 11, 27 Maria SSma. Não é excluída da bem-aventurança proclamada por Jesus, mas incluído porque ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática por excelência.

6. As imagens
“6. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras ensinam de uma forma evidente acerca da proibição divina no que tange ao culto prestado às imagens”.
Já se tem abordado freqüentemente este assunto. A Bíblia proíbe as imagens feitas para a adoração ou idolatria; cf. Ex 20, 4-6. Não as proíbe, porém, quando servem ao fiel para se elevar até as realidades transcendentais, passando do visível ao Invisível, de acordo com a índole própria do psiquismo humano. Tenham-se em vista os numerosos querubins que o próprio Javé mandou esculpir no Templo de Salomão; cf. 1Rs 6, 29.

7. Fora da Igreja não há salvação
“7. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque, sabendo que a Palavra de Deus não nos diz que é necessário ser um católico romano para ser salvo (Jo 3, 16-18, 36; 10, 1-11, 27-30; 14, 6; At 16, 31; Rm 10, 9; 1Jo 4, 9; 5, 12). Eu jamais poderia aceitar a pretensão romanista expressa na afirmação de que não há salvação fora da Igreja Católica Romana. Na realidade, quem acrescenta este tipo de condição espúria para a salvação do pecador está pregando um outro Evangelho, ao qual devemos rejeitar (Sl 1, 8)”.
Quem é de Cristo, é também da Igreja de Cristo; não há Cabeça sem corpo, não há tronco de videira sem ramos. O Cristianismo é vivido em comunidade.
Dentre as muitas “Igrejas” cristãs hoje existentes só uma foi fundada diretamente por Cristo, com a promessa da assistência indefectível do Fundador: a Católica, confiada a Pedro e seus sucessores. Esta conserva a sucessão apostólica fiel ao seu primaz, o sacerdócio válido e a Eucaristia.
A pertença à Igreja de Cristo pode ser visível ou invisível. É visível, quando os fiéis professam o mesmo Credo, recebem os mesmos sacramentos e obedecem à mesma hierarquia, como se dá no caso dos católicos praticantes. – A pertença invisível ocorre quando alguém professa e vivencia candidamente um Credo errôneo, acreditando que é o verdadeiro. Deus não revela a fé cristã, mas faz-se presente a tal pessoa mediante a voz da consciência sincera; quem segue fielmente a sua consciência sincera, segue a Deus e pertence invisivelmente à Igreja de Cristo. Quantos são os que assim vivem, só Deus o sabe.
É neste sentido que os católicos entendem o axioma: “Fora da Igreja Católica não há salvação”.

8. O Purgatório
“8. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, porque as Sagradas Escrituras testemunham acerca da eficácia do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é capaz de nos purificar de ‘todo pecado’ (cf. 1Jo 1, 7). A doutrina bíblica enfatiza que, mediante seu sacrifício vicário, Jesus Cristo a si mesmo se deu por nós, a fim de ‘remir-nos de toda a iniqüidade’ (Tt 2, 14; cf. Hb 9, 28; 10, 14; 1Jo3, 5). Tendo sido transpassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades, ao levar sobre si o castigo que nos era devido (Is 53, 5; 1Pd 2, 24 compare com Mt 1, 21; Lc 1, 77; 2Cor 5, 20-21; Jo 1, 29). Por isso, creio que nossos irmãos – aqueles que já estão gozando da presença do Senhor – não estão no céu por terem sido purificados pelo fogo de um suposto purgatório, como supõe os católicos romanos”.
Jesus Cristo, por sua Paixão, morte e ressurreição, nos mereceu o ingresso na vida eterna. Todavia Ele não impõe a salvação; espera, antes, que a criatura a aceite livremente. Esta aceitação tem por termo final a visão de Deus face-a-face. Ora, para chegar a tal termo, requer-se que a criatura elimine da sua alma todo resquício de pecado, pois qualquer sombra de pecado é incompatível com a santidade de Deus… Daí a necessidade que incumbe a cada cristão de eliminar do seu coração toda desordem que nele fica mesmo depois de perdoado o pecado; têm que desaparecer as raízes da impaciência, da maledicência, da preguiça… Esta purificação se faz ou na vida presente mediante a ascese vigilante ou na vida póstuma (no purgatório).
Dir-se-á: mas Cristo já não satisfez por nós, obtendo-nos o perdão dos pecados? – Respondemos que Cristo já nos obteve o perdão, que é dado a quem o pede sinceramente; mas o perdão no foro religioso difere do perdão no foro civil. Neste, quando o juiz declara absolvido o réu, o indivíduo absolvido não deve mais nada à Justiça; continuará sua vida portador das mesmas paixões que o levaram ao crime. No foro religioso o perdão implica o total apagamento das raízes do pecado perdoado,… apagamento que fica a cargo da pessoa absolvida porque a visão de Deus face-a-face o exige. Com outras palavras: o perdão de Deus exige uma renovação ontológica e não fica apenas no foro jurídico.
O purgatório não é um lugar de fogo ardente, mas é um estado de alma, em que o indivíduo se arrepende radicalmente de qualquer desordem cometida no seu relacionamento com Deus. A crença na existência desse estado já era professada pelo povo judeu, do qual passou para os cristãos; ver 2Mc 12, 38-45. Lutero rejeitou tal livro, que se encontrava na Bíblia tradicional.

Conclusão
O panfleto em fico apresenta 19 outras razões para não ser católico; são quase todas iguais entre si e baseiam-se na pretensão de que o protestante segue somente a Bíblia; aceita unicamente argumentos bíblicos para dirimir dúvidas ocorrentes. Peça-se-lhe então que responda pela Bíblia uma questão fundamental de criteriologia: onde é que a Bíblia responde à pergunta: os livros sagrados são 66 (como dizem os protestantes) ou 73 (como dizem os católicos)? Onde é que a Bíblia define o seu catálogo?
Caso não possa responder pela Bíblia, reconheça o irmão que está enganado e deixe de formular objeções contra os católicos “somente a partir da Bíblia”.

 
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, Osb.
Nº 523, Ano 2006, Página 43.

Fonte: www.padrechrystianshankar.com.br