Após um longo período de preparação, o qual chamamos de “Quaresma” (cf. Dt 2,1-71; Mt 4,1-11), celebramos a maior festividade da religião cristã: a Páscoa (cf. Ex 12,-26; Lc 24,1-12), a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, sobre o mal, sobre o pecado!
A Páscoa tornou-se um marco religioso quando os hebreus foram libertos por Javé, através de Moises, da escravidão do Egito (cf. Ex 12,1-14): “ Quando seus filhos perguntarem: “Que rito é este? Vocês responderão: É o sacrifício da Páscoa de Javé. Ele passou no Egito junto às casas dos filhos de Israel... (cf. Ex. 12,26-27), uma aliança precedida de uma refeição e compromisso (cf. Dt 26,5-10).
A Quaresma não é apenas “quarentena” adjetivo adivindo do número “40”, um tempo cronológico, mas quer dizer sempre, constante, diário, a vida toda! O seu inicio destaca-se a reflexão sobre a breviedade da nossa existência (cf. Gn 3,19; Ecle 3;20) estendido por oração, jejum e penitência (cf. Joel 2,12-17;Mt 6,5-8), “e o homem encontra-se pois, dividido em si mesmo. E assim toda a vida humana, quer singular, quer coletiva,apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, a luz e as trevas. Mais: o homem descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um se sente como que preso por cadeias. Mas o Senhor em pessoa veio para libertar e fortalecer o homem.” (cf. Guadium Spes 13).
Passados os exercícios da Quaresma, pelos quais nos preparamos para a Celebração da Ressurreição do Senhor, entramos no Tempo Pascal, tempo de alegria e exultação pela nova vida, que o Senhor Jesus nos conquistou pagando, com sua entrega na cruz, o alto preço de nosso resgate. Todo Tempo Pascal, que se estende por 7 semanas até a festa de PENTECOSTES, é marcado não apenas nos domingos, mas também durante os outros dias da semana,pelos textos dos Atos dos Apóstolos (At) e do Evangelho de São João (Jo).
As cores litúrgicas são o branco (símbolo da pureza, da alegria;afinal estamos limpos do pecado) e amarelo (símbolo da renovação, vitória, glória, realeza) e a presença do Círio Pascal, símbolo marcante de Cristo, coluna de luz que vai a frente do seu povo.
PENTECOSTES, o “qüinquagésimo dia” (50), é uma das celebrações importantes do calendário cristão, e comemora a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Cristo, acontece 50 dias após a celebração da Páscoa, ocorre no décimo dia após o dia da Ascensão. Esta festividade, primeiramente comemora a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai ou Horeb, cinqüenta dias após a Páscoa (Passagem) o Êxodo, uma festividade judaica a partir da apresentação, oferecida dos primeiros frutos da terra (cf.Ex 23,14-17,Ex 34,18-23 Lv 23,9-14) após sua libertação do Egito,tendo vários nomes: Festa das Colheitas (cf. Ex 23,16) Festa das Semanas (cf. Dt 34,22,Nm 28,26, Dt 16,10) Festa das Primícias dos Frutos (cf. Nm 28,26).
Para os cristãos, o Pentecostes celebra a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Jesus Cristo, durante esta celebração judaica. Por isso,o dia de Pentecostes é considerado o dia do nascimento da Igreja.
Enquanto a Páscoa era uma festividade familiar, o Pentecostes uma celebração agrícola , realizada nos campos, lugar onde se cultivava o trigo, a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente essa celebração foi transferida para os lugares de culto, particularmente,o Templo de Jerusalém. Os muitos relatos bíblicos não revelam com clareza, a ordem de culto,mas é possível citar alguns pontos dessa liturgia:
A cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas (cf. Dt 16,9) oferecendo a Javé, a devida honra as primícias da terra (cf. Lv 23,9-14), prosseguida com peregrinação para o local de culto (cf. Ex 23,17) seguido com a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e estrangeiros (cf. Dt 16,11), não podia trabalhar durante aqueles dias, pois eram dias festivos, período solene e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus (cf. Lv 23,21). Além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos. (cf. Dt, 16,12).
PENTECOSTES CRISTÃO:
A Palavra de Deus e o seu Sopro estão na origem do ser humano e da vida de toda criatura. (cf. Gn1,2/Sl 33,6/Sl 104,30). Desde o inicio,o Espirito de Deus,prepara o tempo do Messias, e os Dois (Deus Filho e Deus Espírito Santo) sem serem revelados, já prometidos a fim de serem revelados, já prometidos a fim de serem esperados e acolhidos, quando se manifestarem. (cf. CIC).
No Primeiro Testamento há várias promessas a respeito do Espírito Santo (cf. Ez 11,19-21/Ez 36,23-28/Ez39,29/Jl 3,1-2) e o seu cumprimento (cf. Jl 3,1-2-At 2,1-13/Jo 20,23/Rm5,5).
Sua manifestação mesmo temporária se deu através dos fenômenos da natureza: o Sopro/Vento (cf. Gn 1,2/Gn 1,7/ 1Rs 19,8-12/Jó 33,4/ Jo 20,22-23) o Fogo (cf. Mt 3,11/At 2,2-3), a água (cf.Is 44,1-5/Jo 7,37-39) a nuvem/sombra (cf. Ex 24,15-18/ Ex 33,9-10/Ex 40,34-38/Lc 1,35-38) e por fim a pomba (cf. Gn /Jo 1,32/Lc 3,21-23) lembrando que este símbolo remente a Torah do judeus. Para muitos exegetas a unção também remete ao Espírito Santo (cf. Ex 30,22-31/1Sm 16,1-13) símbolo este que Cristo nos marcou, selou com seu sangue e Espírito (cf. Jo 6,27/2Cor 1,21-22/ Ef 1-13/Ef 4,30). Todo Evangelho há a presença do Espírito Santo, sua presença se torna definitiva, quando Cristo é glorificado (cf. Jo 19,30).
Jesus se revela como Ungido (cf. Is 61,1-3/Mq 3,8/ Lc 4,16-21)) e promete o Defensor, o Paralacto (cf. Lc 24,49/Jo 14,15-21/Jo 14,25-29/Jo 15,26-27).
O Espirito Santo veio para unificar a linguagem humana (cf. Gn 11,1-9/1 Cor 14,9-11) auxiliar o ser humano em sua vida,concede dons gratuitamente (cf.Rm 11,29) há diversidade entre eles (cf.Rm 12,3-8/1 Cor 12,1-11), o seus frutos (cf. Gl 5,22-26) porém esquecemos do maior DOM (cf. Jo 15,1-17/1 Cor 13,1-13).
Somos o seu Templo (cf. 1 Cor 3,16) sua morada; e ninguém pode possui-lo, ninguém é seu dono (cf.Jo 3,1-15) e só o temos porque Ele o quer (cf. Zc 4,6). Temos a responsabilidade de recebe-lo e frutificar estes dons e talentos (cf. Mt 25,14-30/1Pd 4,10) e muitas vezes o entristecemos (cf. Ef 4,30/1Ts 5,19/1Tm1,3-7/1Tm 4,1-5/ Gl 5,16-21) e simplesmente Ele não atua, não se manifesta onde há divisão entre as pessoas (cf. 1Cor 12;26).
Santa Terezinha do Menino Jesus no alerta que é preciso que o Espirito Santo seja a vida plena em nosso coração, e isso só é possível pela humildade e São Paulo Apóstolo afirma: que somos limitados, somo vasos de barro; “temos este tesouro em vasos de barro,para mostrar que este domr que a tudo excede provem de Deus e não de nós (cf. 2Cor 4,7).
O Espirito Santo vem em nosso socorro, em nosso auxilio,á nossa fraqueza (Rm 8,26) e convém lembrar o respeito que se deve a Ele (cf. Mc 3,28-30/1 Tm 4,2/1 Jo 5,16-17/Hb 10,26-31).
Com efeito, sabemos : a criação inteira geme ainda agora nas dores do parto, (cf. Rm 8,22),mas enviai o teu Sopro e eles serão criados e assim renovarei a face da terra (cf. Sl 104,30).
A todos Jesus nos dá este dom maior:
RECEBEI O ESPIRITO SANTO!
(cf. Jo 20,23).
GED de Divinópolis/MG