sábado, 18 de dezembro de 2010

Surgimento do Cristianismo

Em principio para entendermos o cristianismo é preciso voltar no tempo e buscarmos informações sobre a vida de Cristo, local onde ele viveu, os povos existentes e as correntes de pensamento da época.
Lembremos que a expansão do Império Romano se deu a 40 anos antes da vinda de Cristo e vieram com tamanho poder que conquistaram parte da Ásia, parte da África, boa parte da Europa e Jesus nasce em Israel dentro do domínio Romano, sendo uma província problemática.
Pra gente entender o problema que Israel estava passando e só imaginar que os líderes romanos recebiam o nome de César “Aquele que os Deuses não cessam de proclamar” uns até de Divi “Divino” como se fosse Deus. Pensemos... Eles espalhavam estatuas desses imperadores por todos os lados, e imagens em moedas o que para o povo romano que tinha mais de 100 deuses, ter mais um, isso não era problema; o que para o povo de Israel, monoteísta, era um grande problema que mal no seu templo que era somente um, não tinha nenhuma imagem do seu Deus. Como aceitariam deixar dentro do seu templo um estandarte de Roma, ou uma imagem ou estatua de César. Isso era inaceitável para eles.
Eles eram uma província em constante revolta, não possuíam uma força militar e não aceitavam pacificamente a dominação romana. Seria como o Iraque há tempos atrás. Sabia que não poderia vencer os EUA, mas, lutavam até a morte se preciso for e não se dão por vencidos.

É preciso também conhecer as correntes de pensamentos de Israel da época basicamente 4 :
Saduceus: “Sacerdotes” – Ligados a Tora (Pentateuco – 5 primeiros livros da bíblia) – Tomavam conta do templo – Não eram inimigos ferrenhos de Roma porque ela (Roma) mesma ajudou financeiramente na reconstrução do templo – Tomavam conta das oferendas citadas nos livros Êxodo, Levítico e Deuteronômio, tinham prestígios, vendiam os animais puros, sem mancha etc. para o sacrifício, eram ricos.
Fariseus: Sábios, grande conhecimento sobre a Tora tinham acesso a “Tora Oral” aquela revelação que Deus fez a Moisés, repassados de geração em geração. Ligados as regras. Exemplo Alimentação: Leite e carne. 613 mandamentos. Sentiam-se santos. Seguiam a risca as leis: Dizimo 10%, sendo em todo contexto (10% do leite, do pão, da colheita etc). Não estavam contentes com Roma, mas, ainda assim estavam tranqüilos por Roma não ter abalado o poder deles.
Essênios: Eram revoltados com romanos e também com as classes acima citadas. Achavam que o povo caiu na corrupção, que a principal busca do povo era o comércio, riquezas e prazeres. Eles apartaram da cidade e viviam no deserto e possuíam regras rígidas para se separarem da “carne”. Na sua maioria se vestiam de peles de animais, eram vegetarianos comiam grilos, gafanhotos e frutas. Exemplo: João o Batista.
Zelotes: Não muito falado na bíblia, mas de grande importância. Guerreiros ou Guerrilheiros que tentavam fazer a independência de Israel. Mal organizados, faziam ataques a soldados romanos ou emissários de Roma e tinham pouco sucesso em sua missão. Eram vistos como baderneiros e assassinos por Roma.
Ex: Barrabás

Vejamos agora como esses grupos identificavam Jesus como “O Messias”

Saduceus: Acreditavam que o Messias viria de uma linhagem “Sacerdotal”. Ele vai ao templo somente 3 vezes. Uma quando criança, outra proclamou a Palavra de Elias causando um tumulto no templo e depois com o chicote para expulsar os vendilhões e quebrou tudo por lá. Aparece Jesus depois comendo entre pecadores, protegendo execuções de prostitutas, comendo, curando aos sábados. Não... esse não é o Messias.

Fariseus: Acreditavam que o Messias seria perfeito na Lei, nos 613 mandamentos. Aparece Jesus resumindo a Lei em 2 mandamentos : Amar ao próximo como a Si mesmo e a Deus sobre todas as coisas. Xingando eles de víboras, hipócritas, curando no sábado, colhendo no sábado, dizendo que eles eram sujos por dentro. Jesus os contrariou bastante. Não... esse não é o Messias.

Essênios: Acreditavam que o Messias seria um homem não carnal, isolado dos homens e do pecado. Que viveria a parte e converteria a todos que viessem a Ele. Aparece Jesus no seu primeiro sinal (milagre) transformando água em vinho em uma festa. Vinho, numa festa carnal, para embriagar o povo, Jesus comendo com Mateus o cobrador de impostos, livrando a pecadora de ser apedrejada. Não... esse não é o Messias.

Zelotes: Acreditava que o Messias seria um grande guerreiro. Que reuniria um exercito que derrubaria Roma. Aparece Jesus com a conversa de que é necessário dar a outra face, amar seus inimigos. Não... esse não é o Messias.

O começo da grande tensão é quando Jesus diz que irá a Jerusalém. Jesus já era conhecido por seus sinais em todo canto de Israel e o povo prepara a sua entrada. É o conhecido Domingo de Ramos. Todo o povo o espera vindo num enorme cavalo com um exercito atrás e aparece Jesus num burrinho pequeno, até na bíblia diz um burrinho que estava com sua mãe, então se vê que era novinho, com 12 homens do povo, desprovidos de grande inteligência e força.
As correntes de pensamento e seus integrantes já pensaram: “Temos que matar esse homem”.
De cara os saduceus preparam uma emboscada em questionamentos para Jesus e o perguntam “Se o que ele fazia era por poder de Deus” Jesus com sua inteligência responde com outra pergunta : E o batismo de João o batista de quem é? Com essa resposta Jesus coloca os saduceus em situação difícil com todo o povo, pois todos respeitavam a João Batista.
Aí vem um grande problema quando Jesus expulsa os comerciantes do templo. Os zelotes se animaram e até acharam que Ele seria o Messias, mas quando questionaram Jesus se é lícito pagar impostos a Roma? Se Jesus disse-se que não, os romanos o prenderiam e o matariam. Se dissesse sim, os zelotes o matariam também como um traidor. Jesus na sua inteligência diz: Impostos? O que é impostos? Dinheiro? Deixe-me ver. De quem é esse rosto cravado na moeda? O povo diz: Jesus! É de César imperador romano. Jesus diz: É. Então daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Eu vim para falar as coisas de meu Pai.
E o fim da estória vocês conhecem. Judas o trai, e Jesus é acusado de blasfêmia e num julgamento injusto e mais comentado no mundo e ressuscita gloriosamente no 3º dia.
Para ser breve faremos um exercício intrínseco e de respostas ocultas e principalmente de mudanças aparentes.

Será que hoje em dia temos saduceus? Pessoas que vivem dentro de igrejas e utilizam a igreja de trampolim para a sociedade? Acham que só é santo aquele que vive em sacristias apontando erros dos outros aproveitando deste prestigio?
Será que hoje em dia temos fariseus? Pessoas que impõem regras para o cristianismo? Existe padrões de homem de igreja? Que estão com o interior sujo, com trave nos olhos e vivem reparando a vida, os erros dos outros?
Será que hoje em dia temos essênios? Pessoas que se separam do mundo porque se julgam santos? São incapazes de irem aos pecadores, como Jesus fez? Se acham os donos da verdade e não acolhe os injustiçados, os que estão a margem da nossa sociedade?
Será que hoje em dia temos zelotes? Pessoa que adoram uma briga por causa de poder seja dentro da igreja ou na sociedade? Criam máfias... Pessoas prontas pra criar um inferninho, divisão de grupos?

Eu não tenho respostas, vocês são quem as têm. Esse é o exercício pra essa noite.

Jesus manso e humilde de coração,
fazei no nosso coração semelhante ao Vosso !
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado !!!


Jatanaél Alves
Escola Vivencial
MCC – Diocese Luz

2 comentários:

  1. Adorei o texto e principalmente as reflexoes do fim. Chama ele pra falar aqui no Cursilho. Abraço - Luciano - Esplanada

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  2. Fé é uma coisa e história é outra. Acontece que a cultura dominante não quer saber disso. Continua empurrando seus arranjos literários novos e antigos aos inocentes. Aos interessados em história ofereço uma leitura breve e esclarecedora:http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/e-o-mundo-ocidental-quase-foi-judeu

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