Jesus de Nazaré,
Sinal visível do Amor de Deus foi e continua sendo pela força do Espírito Santo
que age nos homens e mulheres de boa vontade, as mãos consoladoras de Deus para
o povo sofredor.
E nós cristãos, a
partir do momento que nos entregamos e nos abandonamos em Deus, que nos
colocamos à sua disposição nos trabalhos pastorais da Igreja, deixando-nos que
Ele mesmo nos guie e nos orienta na nossa caminhada, na nossa missão, Ele faz
de nós instrumentos de seu amor, de sua misericórdia, de sua justiça, de sua
paz, Ele faz de nós um instrumento de seu Reino.
E como instrumentos
de Deus, que visitou, consolou e libertou seu povo, a cada visita que fazemos,
seja a um enfermo, a um lar de idosos, a um presídio, a um orfanato, a uma
família etc; ela deve ser feita de tal modo que a pessoa visitada, pela nossa
simples e humilde visita sinta o amor, o conforto, a alegria, a presença, a
graça de Deus em sua vida e não o cansaço, o incômodo de nossa presença.
Visitar não é algo
tão simples quanto parece ser, exige de nós gratuidade, competência,
disposição, maturidade afetiva, equilíbrio emocional, como também desinteresse
pessoal, e, a nossa motivação deve ser o amor por nosso Senhor Jesus Cristo, o
Bom Pastor, fundamento de toda ação pastoral da Igreja e não os nossos
interesses particulares.
Visitar é saber
respeitar a liberdade, a religião, as idéias, as opiniões, os valores e os
sentimentos da pessoa visitada, é saber que somos instrumentos de Deus num
encontro humano que se manifesta em palavras, gestos, símbolos e abraços,
favorecendo um crescimento humano e espiritual para quem faz a visita e para
quem recebe a visita.
Como instrumentos
de Deus, é preciso que no visitar tenhamos habilidade de acolher, escutar e
responder, para não causar nenhum mal-estar na pessoa que recebe a visita e sim
tornar a visita eficaz “com gosto de quero mais”.
No encontro humano,
na arte de visitar é preciso sair de nós mesmos e ir ao encontro do outro por
inteiro, de corpo, alma e espírito, para escutarmos e observar e não deixar que
os obstáculos ou preconceitos nos atrapalhem. Às vezes nossas visitas, de tanta
ansiedade de querer dar uma solução imediata para o problema ou situação da
pessoa visitada, falamos tanta besteira, tanta “abobrinha”, que às vezes não
favorecemos um clima de confiança e sim causamos frustração e antipatia nas
pessoas.
Enfim, visitar não
é tão simples quanto parece ser. Cada pessoa é singular, cada situação é uma
situação, cada caso é um caso. Como instrumentos do AMOR que visitou e libertou
o seu povo, na arte de visitar é preciso tomar o devido cuidado para não
levarmos tristeza e sofrimento ao invés de amor, esperança, conforto e alegria.
Que tenhamos o
discernimento de saber o que não se deve dizer ou fazer em uma visita e saber
que o mais importante é ser presença viva do amor de Deus para a pessoa ou para
a família visitada e ter a sensibilidade de saber que quem sofre também nos
evangeliza, conforta e ajuda.
Que nossas visitas sejam de fato um encontro
humanizador onde as pessoas possam saber que estamos ao lado delas para
caminharmos juntos, amparados pela graça e misericórdia de Deus; e que possamos levar a alegria e a paz para o coração das pessoas.
Pe. Breno Antônio
dos Santos