Há na Igreja uma vocação especial à atividade missionária. Desde a sua origem, notamos que há um convite de Jesus para ir ao encontro do outro. “Ide e fazei discípulos meus batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei-lhes.” (Mt 28,19-20)
Falar sobre missão é se debruçar sobre a Igreja desde sua fundação quando os apóstolos, depois de Pentecostes, saíram pelo mundo anunciando a Boa Nova do Reino.
A experiência dos primeiros discípulos do Senhor foi tão forte, que para eles o mundo teria que conhecer e experimentar a força transformadora do Ressuscitado. Cada apóstolo foi um missionário incansável. O anúncio do Reino fazia parte do seu dia-a-dia.
Baseado nesta inspiração bíblica a Igreja Católica vêm orientando seus fiéis a exercer sua vocação missionária. O mês de outubro é, portanto para a Igreja Católica em todo o mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da Missão universal.
O objetivo é promover e despertar a consciência e a vida missionária cristã, as vocações missionárias, bem como promover uma Coleta mundial para as Missões, para o sustento de atividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes, sobretudo em países onde os cristãos são ainda uma minoria e as necessidades materiais são mais urgentes. Merece destaque o terceiro domingo deste mês, em que se celebrará o 82° Dia Mundial das Missões, este ano com o lema “Servos e apóstolos de Jesus Cristo”, escolhido pelo nosso papa Bento XVI.
Nestes dois mil anos de caminhada, a Igreja foi despertando nos seus filhos uma vivência missionária que os fizeram deixar tudo pelo anúncio da Boa Nova. Assim surgiram em nossa História grandes expoentes missionários como Paulo de Tarso, Francisco de Assis, Inácio de Loyola, Madre Teresa de Calcutá, Padre Pio e muitos outros que se encontram em seu anonimato. Hoje estamos à procura de novos expoentes missionários para seguir adiante o chamado de Cristo.
O Documento de Aparecida nos diz que a Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobre seguindo a Jesus pobre, e de anunciar o evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro e nem no poder deste mundo.
Hoje percebemos que a atividade missionária do cristão se desenvolve em diversas maneiras: em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossas cidades, paróquias e dioceses. Em cada local o povo responde a uma necessidade especial observando os sinais dos tempos. Sendo assim, a Igreja compreende que a realidade missionária está presente em todos os lugares, ampliando o campo desta atividade. Não se torna essencialmente em outras terras, distante das nossas, mas principalmente onde houver necessidade. Somos enviados ao mundo para realizar a vontade do Pai e cada momento o Espírito inspira novas experiências missionárias para atingir o grande desejo expresso por Jesus Cristo. Por isso não poderemos deixar de exercer o caráter missionária da Igreja!
Toda grande empresa apresenta aos seus funcionários a sua missão. Sua filosofia de trabalho, sua meta para alcançar seus objetivos. A Igreja apresenta a sua missão pelo convite de Jesus. Assim surge a necessidade de ir ao encontro do outro já, realizando projetos missionários de evangelização. Nascem, portanto, novas formas de levar o evangelho às pessoas com o intuito de resgatar a dignidade de cada ser humano em nossa sociedade. E hoje, o Documento de Aparecida nos convida a sermos discípulos e missionários promovendo a vida em qualquer lugar em que estivermos.
Lembremos que em cada generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus e na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do evangelho.Aqui encontra-se o fundamento de todo ardor missionário de nossa Igreja.
Pe. Ulysses César Nogueira Alvim