A palavra vocação vem do latim “vocare” que significa “chamar”. Então, entende-se que é um chamado, um convite, uma convocação que certamente requer uma resposta. Mas chamado de quem? De Deus ao homem à vida e à salvação. Desse modo, Aquele que sempre toma a iniciativa e chama, a saber: Deus, acaba estabelecendo um diálogo de amor com aquele que responde, o homem.
Toda vocação é um apelo de Deus ao homem para que este disponha os seus dons e carismas (cf. 1Cor 12,1-30), a serviço de seus semelhantes, numa consciente atitude de liberdade e doação (cf. Jo 13,1-16; Mc 9,30-37). Ora, toda vocação é presente, é dom de Deus; por isso, ela deve ser assumida e vivida na gratuidade sem almejar qualquer recompensa, sinal da mais pura e sincera gratidão o Criador por tal dádiva.
A vocação não é privilégio de alguns, Deus convida a todos. Basta recordarmos aqui, que Jesus, desde o início, quis associar à sua missão discípulos, ou seja, colaboradores (cf. Mc 1,16-20; Lc 6,12-16; Lc 10,1-16). É claro que, ainda hoje, Ele continua chamando pessoas para a sua missão, a fim de que a mensagem do Reino chegue a todos os corações (cf. Mt 28,19-20).
É evidente que a universalização desta mensagem será mais visível e eficaz a partir do momento em que sairmos do anonimato das multidões (cf. Mc 10,46-52; Lc 8,43,48; Lc 18,35-43) e assumirmos nossa vocação de autênticos seguidores do Filho Deus, testemunhando com alegria e vigor a fé que professamos no Deus Uno e Trino e nos seus ensinamentos.
É bom salientar que ninguém deve dizer “eu não tenho vocação alguma”, porquê, isso seria uma espécie de surdez e uma negação, ainda que, inconsciente, da graça batismal, pela qual nos tornamos, em Jesus Cristo, o vocacionado por excelência, filhos amados e vocacionados do Pai.
Pelo nosso batismo, somos incorporados a Cristo e à sua Igreja (cf. CIC 1213), somos também chamados a nos espelharmos N’Ele assumindo, então, as mesmas atitudes, ações, virtudes que Ele cultivara. Sabemos que não estamos sozinhos, temos consciência de que, permanentemente, a Trindade Santa age em nossas vidas nos fortalecendo para a missão à qual somos chamados.
Portanto, a nossa Igreja é a Igreja dos vocacionados, dos chamados a viverem profundamente os valores cristãos e dos que dizem sempre sim à vida, à justiça e ao amor. E você, caro batizado, é um vocacionado que Cristo chama e conta na estruturação da comunidade de fé; que Cristo quer trabalhando na edificação de um mundo mais justo, mais fraterno e mais solidário e, finalmente, na construção da tão sonhada e falada “Civilização do Amor”.
Cordialmente,
Pe. Everaldo Quirino Ferreira
Obs: Padre Everaldo fez o 19º Cursilho Jovem Masculino, na época como seminarista
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